O Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre a localização da futura subestação elétrica de Runa da Linha Ferroviária do Oeste, em Torres Vedras, alertando para impactos negativos decorrentes da proximidade a habitações.
Os deputados do BE Isabel Pires e Ricardo Vicente questionaram o ministro das Infraestruturas se tem conhecimento que a futura subestação se vai localizar a “100 metros de uma povoação sede de freguesia, perto do Penedo”, e que os “postes de alta tensão com mais de 40 metros de altura terão um grande impacto paisagístico na zona da Quinta da Casaboa e em toda a sua área envolvente”, refere o requerimento, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Além disso, alertaram que o património do Penedo, com um povoado fortificado do Calcolítico e um povoado romano, foi identificado como um local de elevado valor patrimonial e de relevância para a arqueologia local e nacional no Plano Diretor Municipal de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, o qual vigorou até 2017.
Segundo o BE, “não foram acautelados os impactos para a população resultantes da sua proximidade com as linhas de alta tensão”, motivo pelo qual a localização da subestação está a ser contestada pela população.
“Está o Governo disponível para promover o estudo de outras localizações para a subestação de Runa, de modo a mitigar o seu impacto ambiental, paisagístico e patrimonial para as populações de Runa e Penedo”, perguntaram os deputados bloquistas.
O BE defendeu que estão em causa os interesses da população de Runa e do Penedo e pediu o estudo de localizações alternativas, que causem menos impacto.
Na última Assembleia Municipal de Torres Vedras, em fevereiro, o deputado socialista José Vale Paulos alertou que a subestação elétrica de Runa vai ficar a “escassos metros de moradias do Penedo e de terrenos da Reserva Agrícola Nacional”.
Por outro lado, vai “obrigar à destruição” de um caminho romano existente entre duas pontes romanas sobre o Rio Sizandro.
O projeto de modernização da Linha do Oeste está dividido em duas empreitadas, sendo a primeira a eletrificação e modernização do troço entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras (61,7 milhões de euros) e a segunda a modernização e eletrificação do troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha (40 milhões de euros).