As autoridades de saúde portuguesas decidiram hoje suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por motivos de “precaução” e “saúde pública”.
A decisão foi anunciada pela autoridade do medicamento (Infarmed) e surge após vários países europeus também já terem suspendido a administração desta vacina devido a relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
A informação já foi transmitida aos centros de saúde para que não administrem o imunizante.
A suspensão da administração da vacina da AstraZeneca ditou o adiamento da vacinação de professores e auxiliares do pré-escolar e 1.º ciclo prevista para este fim de semana, revelou o coordenador da ‘task force’ do plano de vacinação.
“A principal consequência desta pausa na vacinação é a alteração que teríamos para a vacinação dos docentes e não docentes do pré-escolar e 1.º ciclo. Com esta decisão, os planos que já estavam em execução foram postos em pausa também. Estes planos estão prontos e são adiados para o ponto em que estas dúvidas deixem de existir”, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
Em causa estava a vacinação de cerca de 80 mil pessoas, sendo que o processo de vacinação dos docentes e auxiliares de todos os ciclos de ensino iria prolongar-se até ao final de abril.
Em declarações prestadas na conferência de imprensa conjunta com a Autoridade do Medicamento e a Direção-Geral da Saúde (DGS), em Lisboa, o coordenador da ‘task force’ reiterou, porém, que “o plano de vacinação prossegue e que se prevê que a primeira fase esteja terminada no final de abril”.
As autoridades de saúde portuguesas decidiram hoje suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por “precaução”. A decisão foi anunciada após vários países europeus também já terem suspendido a administração desta vacina devido a relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam por “precaução” o uso da vacina da AstraZeneca.
Por seu lado, a empresa já disse que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injeção do que na população em geral.
A diretora-geral da Saúde apelou para a tranquilidade das pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca e garantiu que não foram reportadas em Portugal reações adversas como as identificadas em outros países.
“Se foi vacinado, mantenha-se tranquilo. Estas reações são extremamente raras e no nosso país não foram reportados fenómenos semelhantes aos encontrados nos outros países”, afirmou Graça Freitas, numa conferência de imprensa conjunta com a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e com a `task force´ do plano de vacinação.
Segundo a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS), “apesar de as reações adversas mencionadas serem extremamente graves, também são extremamente raras”, não estando identificado o nexo de casualidade entre esta vacina e as situações de coágulos sanguíneos registados em outros países.
“Apesar de não estar identificado o nexo de causalidade entre a vacina e estas reações, pelo princípio da precaução foi decidido fazer uma pausa na vacinação com a vacina da AstraZeneca”, disse.
Dirigindo-se às pessoas que já receberam a vacina da AstraZeneca em Portugal, Graça Freitas apelou ainda para que se mantenham atentas a sintomas de mau estar durante alguns dias.
“Sobretudo, se este mau estar for acompanhado de nódoas negras ou hemorragias cutâneas, não hesite e consulte um médico”, salientou Graça Freitas, ao assegurar que o ministério da Saúde e o Infarmed “mantêm toda a confiança na vacinação contra a covid-19” e apelam a todos para que continuem a vacinar-se de acordo com o calendário previsto.