“Ouvi o primeiro a chorar, depois ouvi o segundo a chorar e por fim chorou a terceira, a menina”. E foi assim, entre lágrimas de recém-nascidos e do seu próprio choro de alegria, que Hélder Franco, 44 anos, passou de uma assentada a ser pai de… três bebés.
A Aurora, o Afonso e o Tomás nasceram esta quinta-feira no Hospital de Santa Maria, um caso raro de trigémeos espontâneos, que não resultam de tratamentos de fertilidade, que acontece apenas uma vez em cada 10 mil gestações. Os três bebés e a mãe estão todos bem.
Hélder ainda se recorda daquele dia em que Eugénia foi fazer a primeira ecografia e lhe deu uma notícia que o deixou assustado. “O médico ouviu o primeiro coração a bater, mas depois disse à minha mulher que havia um segundo coração a bater. E mais um coração a bater! Quando a Eugénia me contou, fiquei em pânico”.
Mas depois de 34 semanas de gestação, o “pânico” deu lugar a uma incontida felicidade – “ontem nem consegui dormir quase nada, com a ansiedade”, confessa o pai – que os receios dos efeitos da pandemia não conseguem ensombrar. Nem o horizonte próximo das noites mal dormidas.
Por entre um “tudo se consegue”, Hélder vai explicando o que já mudou na vida do casal de Torres Vedras.
“Eu sou músico e é claro que esta fase não é fácil. Em 2020, de 60 concertos agendados, só fiz três. Mas tenho uma família que me ajuda muito. Já tivemos de alargar a casa para mais um apartamento que era do meu pai, para ter mais três quartos. Também vamos ter de comprar um carro maior”.
Para já, bebés e mãe ainda continuam sob os cuidados das equipas do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, em Lisboa. Mas para Hélder, este foi “o Dia do Pai mais especial de sempre”.