Os trabalhadores da fábrica de óleos Iberol, em Alhandra, manifestaram hoje disponibilidade para uma nova greve, caso a empresa não altere a sua posição relativamente a aumentos salariais e ao despedimento coletivo de 11 pessoas.
“No plenário de hoje, os trabalhadores disponibilizaram-se para continuar a luta, não vamos emitir de imediato um pré-aviso de greve para dar oportunidade à empresa de apresentar uma proposta salarial concreta e formal, mas se tal não acontecer teremos de marcar uma nova paralisação”, disse Luís Mestre, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE- CSRA).
O SITE pretende ainda, em nome dos trabalhadores, “uma negociação justa” relativamente ao despedimento coletivo em curso, “para ver se conseguem recolocar alguns trabalhadores”.
O sindicato vai enviar um ofício à administração da Iberol a dar conta do “resultado do plenário e a manifestar disponibilidade para o diálogo, deixando claro que se a empresa não avançar com nada de concreto, o resultado será a marcação de uma greve”.
Os trabalhadores da Iberol, no concelho de Vila Franca de Xira, cumpriram uma greve de 24 horas em 08 de março em defesa de aumentos salariais de 90 euros e contra o despedimento coletivo de 11 funcionários.
No dia seguinte, em 09 de março, iniciaram uma greve parcial de duas horas por turno, que foi suspensa na última quinta-feira, porque a empresa convocou o SITE para uma reunião.
Segundo Luís Mestre, os representantes da empresa não apresentaram nenhuma proposta concreta embora tenham falado num possível aumento salarial de 0,25%.
Quanto ao despedimento coletivo, a Iberol não aceitou reverter a situação.
Os trabalhadores desta empresa, que produz óleos alimentares e biodiesel, tiveram conhecimento do despedimento coletivo em meados de fevereiro.
De acordo com Luís Mestre, a administração da Iberol decidiu deixar de produzir o biodiesel, optando por enviar o óleo já preparado para outra empresa do mesmo grupo, a Biovegetal, que se situa mesmo ao lado.
O sindicalista explicou que o despedimento coletivo abrange cinco trabalhadores da secção onde tem sido produzido o biodiesel, quatro do “posto de carga”, no qual ele é carregado, uma engenheira do laboratório, que analisa o biodiesel e os seus derivados, e um trabalhador da báscula que pesa os veículos que o transportam.
A Iberol tem 88 trabalhadores nos seus quadros, a que se somam cerca de uma dúzia pertencentes a empresas subcontratadas.