O Centro Biomarinho instalado no Porto da Nazaré, com um investimento superior a dois milhões de euros, foi inaugurado terça-feira pelo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que se disse impressionado após a visita às instalações e à tecnologia instalada.
A missão deste centro, com um investimento de 2,2 milhões de euros, dos quais 50% representa apoio público, é contribuir para a produção sustentável de alimentos, produzindo sementes para pré-engorda de espécies autóctones, nomeadamente amêijoa boa e amêijoa macha.
Bernardo Carvalho, CEO da empresa Oceano Fresco, promotora do investimento, acredita que os bivalves são a solução para mudar a matriz alimentar do mundo”, passando a um “padrão sustentável”.
O ministro do Mar mostrou-se impressionado após a visita às instalações e à tecnologia instalada, conduzida por uma equipa de 20 funcionários, 10 dos quais doutorados ou com mestrado. Ricardo Serrão Santos disse ter estado perante um “centro de investimento e desenvolvimento, com uma equipa altamente graduada, um exemplo na introdução de doutorados na produção industrial e comercial”.
Portugal é um dos maiores consumidores de peixe do mundo e dependente da importação de peixe de outros países, tendo o ministro manifestado o desejo do que se está a produzir na Nazaré “aumente a nossa capacidade de exportação”.
Walter Chicharro, presidente da Câmara Municipal, elogiou o investimento que coloca a Nazaré “na vanguarda da investigação e desenvolvimento no mercado da pesca em geral, e dos bivalves em particular”.
“Este é um projeto que se enquadra no que defendemos para o nosso território. Traz mais rendimento e mais e melhor emprego”, subilnhou o edil.
O autarca lembrou que está a decorrer a quarta alteração ao PDM que visa criar “condições urbanísticas para a implantação de um negócio de engorda de linguado, que acredito, tal como esta unidade, vai criar emprego e afirmar a Nazaré”.
A maternidade de bivalves, um investimento de 3,6 milhões de euros, comparticipados pelo programa MAR2020, é pioneira no país. Concentra-se na amêijoa europeia, em decréscimo no meio natural, devido à invasão da amêijoa-japónica e à ação do homem. Tem entre as suas missões contribuir para alargar a cadeia de valor da aquacultura em Portugal.
Os dois equipamentos da empresa, o Centro Biomarinho e o viveiro do Algarve, ao largo de Alvor, que representam um investimento de 8 milhões de euros, permitem seguir os bivalves desde a sua criação à comercialização.
No mercado há seis anos, a Oceano Fresco, anunciou que tenciona continuar a crescer.
“Temos o forte desejo de crescimento, expandindo o Centro Biomarinho, criar um campus biomarinho e viveiros de engorda em mar aberto”, explicou Bernardo Carvalho.