A Assembleia Municipal de Torres Vedras aprovou por unanimidade, hoje de madrugada, uma moção em que exige a instalação de uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) na unidade local do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).
“A Assembleia Municipal de Torres Vedras vem exigir que o CHO seja incluído na Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e Referenciação de Medicina Intensiva e que a respetiva UCI seja instalada no Hospital de Torres Vedras, com o número de camas necessárias à sua realidade”, refere a moção apresentada pelo Partido Socialista.
O documento sublinha que o CHO é o único centro hospitalar do país que não dispõe de uma Unidade de Cuidados Intensivos.
A moção refere que existem “dificuldades na prestação de cuidados de saúde” resultantes da “escassez de recursos humanos” e da “não existência de uma Unidade de Cuidados Intensivos”.
Além de dispor de uma urgência médico-cirúrgica, o hospital de Torres Vedras centraliza a atividade do CHO nas valências de Cirurgia, Medicina Interna, Ortopedia e internamento covid-19.
O hospital de Torres Vedras tem um total de 197 camas de internamento, de um universo de 331 em todo o CHO.
Devido à criação da área de internamento covid-19, dispõe ainda de equipamentos de UCI, entre os quais ventiladores invasivos, que estão “subaproveitados”, uma vez que apenas realizam ventilação externa, lê-se na moção.
Os deputados municipais alertam que a transferência de um doente para uma UCI de outro hospital obriga ao acompanhamento do doente por um médico e um enfermeiro, que “estarão ausentes do serviço entre três horas, se for para Lisboa, até 12 horas, se for para uma unidade do Norte ou do Sul do país” e a sua ausência “amplia as dificuldades na prestação dos cuidados de saúde” aos utentes.
Por outro lado, consideram que a falta de uma UCI no CHO “vem sobrecarregar” outros hospitais.
Nos últimos cinco anos, refere a moção, foram transferidos para UCI de outros hospitais dois mil doentes e, entre janeiro e 15 de março deste ano, 53 infetados com covid-19.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra. Estes concelhos dividem-se entre os distritos de Lisboa e Leiria.