Paulo Bento, presidente do partido Aliança, surpreendeu todos os que assistiam à assinatura do protocolo de coligação que promove a candidatura de Carlos Moedas à Câmara de Lisboa ao evocar um autarca socialista como uma referência.
Pouco passava das onze da manhã de quinta-feira quando, no Jardim da Estrela, em Lisboa, os presidentes do PSD, CDS, Aliança, PPM e MPT assinavam um protocolo para formalizar a coligação “Novos Tempos”, liderada pelo antigo comissário europeu Carlos Moedas.
Paulo Bento foi o primeiro a usar da palavra e, antes de abordar as necessidades de mudança na política local de Lisboa, afirmou: “Hoje é um dia triste para mim. Aqueles que me conhecem sabem que sou de Torres Vedras. Estão a realizar-se neste momento as cerimónias fúnebres do presidente da minha câmara, um socialista, um autarca, uma pessoa que, apesar das diferenças na forma de trabalhar, é um autarca de referência que dedicou toda a sua vida à causa pública”.
O elogio a Carlos Bernardes surpreendeu os presentes, mas a razão para esta referência seria rapidamente entendida: “Esta candidatura [de Carlos Moedas] também tem que ser um exercício de cidadania, ao exemplo daquilo que ele fez. Aquilo que tem de nos distinguir de todos os outros, muito mais que o ataque pessoal ou o ataque de carácter, é as propostas”, disse Paulo Bento, arrancando aplausos da assistência.
O torriense Paulo Bento é presidente da direção política nacional do Aliança desde setembro de 2020. Na última segunda-feira, após saber da morte de Carlos Bernardes, suspendeu todas as atividades políticas em Torres Vedras, associando-se ao luto municipal decretado pela autarquia, mantendo apenas a agenda nacional fora do concelho.