O velório do militar de Abril Diniz de Almeida, que morreu hoje, realiza-se na Basílica da Estrela, em Lisboa, na terça-feira, e o funeral no dia seguinte, indicou a Associação 25 de Abril.
“O corpo irá para a Basílica da Estrela na tarde da próxima terça-feira, dia 18, realizando-se o funeral na manhã do dia seguinte, quarta-feira, para o cemitério do Alto de S. João”, lê-se na mensagem divulgada pela Associação 25 de Abril.
O militar de Abril Diniz de Almeida, que comandou as tropas no RALIS, em Lisboa, na resposta ao golpe do 11 de março de 1975, morreu hoje, disse o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço.
Eduardo Diniz de Almeida nasceu em Lisboa, em 07 de julho de 1944, fez parte do Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura em 1974, e tornou-se um dos rostos militares associados ao PREC – Processo Revolucionário em Curso.
Da madrugada de 25 de Abril de 1974, a Associação recorda o papel do militar na “Operação Viragem histórica”, com a tomada e controlo do Forte de Peniche, “antes de diversas intervenções em Lisboa”, à frente de forças de regimentos da Figueira da Foz, de Aveiro e Viseu.
“Sempre entusiástico militante do seu 25 de Abril, (…) Diniz de Almeida seria uma das figuras principais no processo revolucionário, sendo de realçar a sua permanente fidelidade aos ideais que o fizeram avançar para a epopeia coletiva que constitui uma das mais belas páginas da História de Portugal”, escreve a Associação 25 de Abril.
Depois de abandonar a vida militar, Diniz de Almeida licenciou-se em psicologia clínica e manteve alguma atividade política, como independente, na Coligação Democrática Unitária (CDU), liderada pelo PCP, tendo sido vereador na câmara de Cascais entre 2001 e 2005.
É também autor do livro “As origens e evolução do Movimento dos Capitães” e da trilogia “Ascensão, apogeu e queda do MFA”.
Em comunicado, a Associação 25 de Abril destaca o militar, agora coronel na reforma, como “um dos principais obreiros do levantamento militar que deu origem ao 25 de Abril de 1974”.
“Era um homem de grande caráter, corajoso e leal aos seus princípios e aos seus amigos. A sua trajetória honra as Forças Armadas, e muitos portugueses se identificaram com ele na luta contra as forças antidemocráticas do nosso país”, lê-se no texto, que também refere que “os seus ideais permanecem vivos e atuais” e dão “força para continuar a defender Abril”.