Pouco passava das 20 horas de terça-feira quando os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) deixaram a Câmara de Torres Vedras, levando consigo os elementos de prova relevantes para o inquérito aberto pelo Ministério Público.
Na mira das autoridades estão processos de contratação pública que envolvem prestadores de serviços, uma empresa e um particular, para além de uma associação.
Em três viaturas, foram carregadas caixas de documentos e computadores, aprendidos durante uma busca que demorou cerca de dez horas. Ao longo da manhã e da tarde, numa jornada necessariamente ininterrupta para garantir a preservação de todos os indícios, os inspetores da PJ aproveitaram para falar com funcionários e eleitos, ainda que nenhum tivesse sido constituído arguido.
Após a saída do inspectores, deixaram o edifício da Câmara Municipal a presidente, Laura Rodrigues, e os vereadores Ana Umbelino e Hugo Lucas.
Apesar já muita prova ter sido carreada para os autos, o inquérito “está longe” de ficar concluído. “As investigações sabe-se onde começam, mas não se sabe onde terminam”, disse fonte ligada ao processo.
Segundo a nossa fonte, tudo está em aberto e “todas as ligações” das entidades e empresas investigadas, bem como as pessoas nelas intervenientes ao longo do tempo, “vão ser objeto de análise”.
Ainda que não tenham sido apreendidos neste processo, a Polícia Judiciária está neste momento na posse de computadores e telemóveis pessoais do ex-presidente Carlos Bernardes e de dois familiares próximos. Numa investigação “nada é estanque”, disse a mesma fonte, escusando-se a esclarecer mais pormenores.