Os escuteiros do Agrupamento 753 de Óbidos do Corpo Nacional de Escutas (CNE) inauguraram ontem a sua nova sede, concretizando um sonho de “muitas gerações”.
A 50 dias de celebrar o cinquentenário do aparecimento do Escutismo em Óbidos (11 de Julho), a família escutista viu concretizado um desejo tornado realidade, depois de tantos anos a empenhar-se pelo “anseio perseguido pelos antigos dirigentes e pais dos jovens”.
Os momentos solenes da cerimónia foram presididos por José Pereira, Vice-Presidente do Município de Óbidos, e pelo padre Ricardo Figueiredo, Pároco das Paróquias de Óbidos, em substituição dos responsáveis autárquicos e religiosos.
A nova sede nas antigas instalações da escola primária de Trás do Outeiro, que passa a estar ao serviço da comunidade, quer a nível local como regional, “não é um ponto de chegada, aliás é um ponto de partida, porque agora podemos fazer mais e melhor escutismo”, sustentou Carlos Nunes, Chefe de Agrupamento, exteriorizando o sentimento de uma “pessoa realizada”, num “dia histórico para o agrupamento”.
“Mais que festejar, hoje é um dia para agradecer. Porque uma obra destas não se faz sozinho, é preciso ajuda de muita gente, gente que já cá não está, gente que gostava de estar e não pode dada às circunstâncias que estamos a viver”, sublinhou o responsável durante a cerimónia.
Agradecendo à Câmara Municipal de Óbidos todo o apoio, indo ao encontro de “todos os anseios e necessidades”, o Chefe de Agrupamento confidenciou que, no primeiro dia, a família escutista não ficou muito satisfeita com a escolha do espaço para a nova sede.
“Estávamos habituados a Óbidos, ao lado da muralha, com proximidade, mas depois à segunda e terceira vez, quando voltámos dissemos, este é o sítio ideal. E hoje se perguntarem a qualquer elemento, todos dizem que querem estar aqui. Como viram à pouco, os lobitos dão dois passos e estão no meio do mato”, revelou Carlos Nunes, destacando a excelente localização da nova sede para atividades, próxima quer da Lagoa de Óbidos, como do Santo Antão.
“Existem um conjunto de coisas aqui à volta que permitem esta paz e tranquilidade que todos podem assistir, o que para nós orgulha bastante”, apontou.
Segundo o Chefe-adjunto do agrupamento, Pedro Ventura, existem nove meses para falar sobre as comemorações da família escutista de Óbidos.
“As datas há que vi-vê-las intensamente, estamos a concretizar e deixar espaço para o futuro para os próximos escuteiros e chefias do 753”, frisou, declarando que agora o desafio passa por “integrar mais” e “comemorar durante o tempo, com as regras que nos são permitidas”.
Iniciadas as comemorações de cinco décadas “sempre alerta para servir” em Óbidos, os escuteiros entoaram pela primeira vez o hino do cinquentenário do agrupamento, num dia histórico para a família escutista, repleto de surpresas, marcado também pela abertura de uma exposição evocativa dos 50 anos de atividade escutista em Óbidos, que permanecerá de portas abertas para visitas à comunidade.
Este espólio pretende transformar-se numa exposição “mais completa”, a apresentar futuramente no Santuário do Senhor da Pedra.
A Junta Central dos Escuteiros agraciou ainda o dirigente Carlos Nunes com a medalha da Cruz de São Jorge, grau bronze, pela entrega e dedicação do escutismo em Óbidos que tem “reflexo claro na idealização e construção da nova sede do Agrupamento 753”.
João Esteves, Chefe Regional, sustentou que esta distinção atribuída, representa um reconhecimento “mais que legítimo e merecedor”.
“O vosso chefe é um exemplo para todos nós, na dedicação e no empenho por um mundo melhor, como diz o vosso hino, com gestos, com abraços e com outras atitudes muito melhor”, salientou este responsável, evidenciando as qualidades humanas de Carlos Nunes, que reforçam a importância do movimento na comunidade local e de uma forma muito particular junto dos jovens.
O líder da Região de Lisboa do CNE lembrou que o mais importante na vida, que é terrena por agora, e curta, entendendo a eternidade que acreditamos, “é deixarmos o mundo um pouco melhor do que o encontramos”.
“Esta sede, este agrupamento, o escutismo em Óbidos, só faz sentido se formos todos amigos e irmãos de todos os outros escutas, e assim de certeza, que com os abraços do vosso hino, com os gestos que todos nós fizermos, dia a dia, em cada sábado, de segunda a sexta no trabalho, na família, em todo o lado, seremos felizes e contribuiremos para que os outros sejam felizes também”, exortou.