O cadáver do empresário João Vicente, desaparecido desde setembro, foi encontrado hoje no interior do seu armazém, em Torres Vedras. num cenário revelador de “fortes indícios de crime”, disse fonte policial.
Junto ao corpo, em estado de decomposição, encontrava-se uma carteira com os documentos pessoais de um empresário, que foi visto com vida pela última vez a 10 de setembro.
Na manhã desse dia, cerca das oito da manhã, o empresário, de 51 anos, terá saído de casa ao volante da sua moto, a qual viria a ser encontrada no mesmo local onde hoje foi descoberto o cadáver, um armazém situado na Rua da Electricidade, próximo da estação ferroviária, local escolhido por João Vicente para reinstalar a sua gráfica.
A mulher, a última pessoa que até agora se sabe ter visto João Vicente com vida, comunicou o desaparecimento à GNR no dia seguinte. As autoridades encetaram de imediato buscas em casas de João Vicente e na zona onde o homem praticava exercício físico, recorrendo mesmo a binómios cinotécnicos.
Quatro dias depois a direção das investigações acabariam por passar para a Polícia Judiciária. Fonte oficial da PJ admitia, no final de 2020, que “a pessoa desaparecida possa ter sido vítima de um crime”.
João Vicente, cuja atividade principal sempre esteve ligada às artes gráficas, foi tendo negócios paralelos. Para além de um stand de automóveis, o empresário entrou no sector da construção civil em sociedade com outro empresário torriense. O último investimento, em 19 moradias e todas já vendidas, deverá ter ultrapassado um 1,7 milhões euros.
Em declarações ao Correio da Manhã, no início deste ano, um primo do empresário, Pedro Penedo, disse que João Vicente “sempre foi muito ambicioso” e que “podem ter sido os negócios a levar a este desfecho”.
Durante os meses em que João Vicente esteve desaparecido, o armazém onde hoje foi encontrado foi objeto de buscas policiais, sem que nunca tivesse sido encontrado o corpo. Essa é uma das questões para que os investigadores irão agora procurar respostas, no muito que há para esclarecer neste caso, que está longe de chegar ao fim.