A Protoiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia acusou o partido PAN de incitar ao ódio e à violência numa manifestação na quinta-feira, em Lisboa, contra as touradas e o cavaleiro João Moura, suspeito de maus-tratos a cães.
“Condenamos o uso de um discurso de incentivo ao ódio e de justicialismo público, por parte do PAN, que criaram um contexto promotor de violência, como [na quinta-feira] sucedeu, com insultos e agressões, por vezes em frente a crianças, insultadas e intimidadas junto com os pais”, refere em comunicado a Protoiro, reagindo aos protestos ocorridos junto à praça de touros do Campo Pequeno.
Cerca de 1.500 pessoas estiveram concentradas na quinta-feira junto à praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa, em protesto contra as touradas e à homenagem ao cavaleiro João Moura, gritando palavras de ordem como “assassinos” ou “vergonha”.
A porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, marcou presença na manifestação e, em declarações aos jornalistas, defendeu que “é absolutamente revoltante que o setor tauromáquico tenha feito esta homenagem, ainda para mais uma homenagem que se diz ser mundial”, apontando que “este não é o cartão de visita” de Portugal.
Segundo a Federação Portuguesa de Tauromaquia, o PAN fez um “aproveitamento político”, numa “tentativa de ataque à cultura tauromáquica e aos valores de tolerância e respeito pela liberdade e diferença de pensamento”.
No comunicado, a organização condena “a violência, insultos, vandalismos, intimidações e agressões que foram realizadas pelos manifestantes, atacando cidadãos e famílias, muitas vezes na presença de crianças, numa demonstração de ódio e total ausência de civismo”, elogiando “a forma ordeira, pacífica e civilizada com que os aficionados suportam estas demonstrações de violência”.