Alenquer tem uma das faturas da água mais caras do país, quando não existe investimento na renovação e manutenção das redes, alertou hoje a associação ambientalista Alambi, a partir de um estudo da DECO.
Tendo em conta que a tarifa fixa da água visa compensar a disponibilidade do serviço com financiamento, construção, manutenção e renovação da rede, a Alambi recorda, na nota de imprensa enviada, que a rede “foi financiada pela câmara municipal e está concluída”.
Já a manutenção é assegurada pela empresa concessionária e “restringe-se ao essencial para reduzir perdas”, o que leva a Alambi a questionar “a legitimidade de ressarcir esta empresa através de tarifas fixas” e a concluir que “seria mais justo a fatura ter maior dependência dos consumos efetivamente realizados”, ou seja, da tarifa variável.
Por isso, segundo a Alambi, é um contrassenso a concessionária afirmar que “continua a não se verificar a renovação da rede municipal de abastecimento de água”, assim como haver 23% de perdas de água e incrustações de calcário na rede.
“Apesar de as tarifas serem elevadas, não significa que as entidades concessionárias prestem um bom serviço na reabilitação das condutas de distribuição e dos coletores das águas residuais”, adverte a associação, lembrando que o contrato de concessão atribui à concessionária a responsabilidade pela manutenção, reparação, conservação e renovação das redes.
“Pelo menos no que diz respeito à renovação das redes, esta empresa também não realiza as obras que ela mesma identifica nos seus documentos oficiais como obras necessárias”, sublinham os ambientalistas.
Segundo o estudo da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, Alenquer, com um consumo anual de 410,94 euros/ano pagos pelos consumidores domésticos de 120 metros cúbicos de água, é o concelho do distrito de Lisboa e um dos 15 do país, entre 308, com a água mais cara.
Baseando-se no estudo da DECO, a Alambi alerta que, do conjunto dos 15 municípios com a fatura mais cara, Alenquer é o que apresenta a tarifa do saneamento mais elevada (171,67 euros/ano).