Mais de uma centena de empresas foram criadas desde 2015 nos concelhos de Torres Vedras, Lourinhã, Cadaval e Sobral de Monte Agraço, em resultado da parceria entre a associação comercial e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Entre outubro de 2015 e março deste ano, foram criadas 107 empresas e 180 postos de trabalho, anunciou Helena Reis, economista da Associação Comercial e Industrial da Região Oeste (ACIRO), durante o I Encontro Empresarial “Perspetivas Futuras e Incentivos para o Tecido Empresarial”, que decorreu em Torres Vedras.
As empresas e postos de trabalho criados resultaram da parceria existente desde 2015 entre a ACIRO e o IEFP, ao abrigo do programa para a criação do próprio emprego, com financiamento através da antecipação das prestações do subsídio de desemprego ou do acesso a crédito bancário bonificado.
“Temos tido muita procura para estes projetos”, disse a responsável, adiantando que, dentro desse período, foram elaborados 140 projetos de candidatura para a constituição de empresas, dos quais 132 foram entregues e, desses, 107 foram aprovados (88%) e 10 aguardam aprovação.
Desse trabalho, foram constituídos 180 postos de trabalho e 97 empresas mantêm-se em funcionamento.
O programa “ajuda muito naquilo que é a missão da ACIRO, que é apoiar os empreendedores, promover o emprego e incentivar a inovação”, sublinhou.
“Não tínhamos capacidade de fazer o acompanhamento inicial e a sua execução em termos de consultoria e esta parceria veio trazer sucesso a este programa”, corroborou Carlos Pinto, diretor do Centro de Emprego de Torres Vedras.
A parceria começou em 2015 com três projetos e chegou a 2021 com 28, dos quais 78% são em Torres Vedras, 16% na Lourinhã e 6% no Sobral de Monte Agraço.
De acordo com os dados de 2021, 60% dos projetos são empreendidos por homens e 40% por mulheres, sendo que 83% são de empresas em nome individual e 42% são sociedades por quotas.
Em termos de setores, 60% abrangem serviços, 16% comércio, 11% restauração e similares, 6% indústria, 3% agricultura e 2% hotelaria.
Desde o início de 2022, foram entregues 10 candidaturas, estando um projeto em execução, três estão à espera de acompanhamento e três em fase de consultoria.
No encontro, a secretária-geral da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, Ana Vieira, salientou que a pandemia de covid-19 veio demonstrar a resiliência das empresas e trouxe uma nova aposta nos meios digitais e no comércio de rua, indispensáveis para o futuro.
Já o secretário-geral da Confederação do Turismo de Portugal, António Abrantes, alertou que 98% do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência é para entidades públicas e, numa altura de transição entre programas comunitários, “só haverá expectativas de apoio às empresas em 2023”.
Face ao contexto, “vamos ter um período de grande dificuldade e temos de ser imaginativos”, apelou.
A ACIRO existe há 102 anos e possui 1.200 associados nos concelhos da Torres Vedras, Lourinhã, Cadaval e Sobral de Monte Agraço, no distrito de Lisboa.