O encenador e diretor artístico do Teatro-Cine de Torres Vedras, João Garcia Miguel, vai assumir, a partir de maio, a direção artística do Centro de Artes e da Criatividade (CAC), onde se encontra o espólio relacionado com o Carnaval.
O anúncio foi feito pela presidente da Câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues, na apresentação do programa do primeiro aniversário do espaço museológico, na terça-feira.
“É um novo passo na cidade, que tem vindo a desenvolver-se e que se coloca entre as cidades que valorizam a cultura”, afirmou o novo diretor artístico, que promete uma “programação diferente” daquela que o CAC teve no seu primeiro ano e mais “alargada”.
“O CAC pode programar em muitas artes e vou tentar abranger a pouco e pouco esse diálogo entre as artes”, perspetivou Garcia Miguel, que espera vir a explorar a sua formação em artes visuais para reforçar a ligação do CAC e da cidade às artes.
Segundo a vice-presidente da câmara, Ana Umbelino, responsável pela Cultura, João Garcia Miguel, a quem atribui qualidades de irreverência e inovação artística, “é uma figura reconhecida no meio artístico nacional e até internacional e a rede de relações que estabelece, oriunda dessa notoriedade, pode ser uma mais-valia para o CAC”.
Este município do distrito de Lisboa fez um ajuste direto por três anos com o encenador, no valor de 107.820 euros, depois de, no final de 2020, ter lançado um concurso público nos mesmos valores anuais para o cargo de diretor artístico do CAC e de o ter anulado, foi explicado pelo município.
Ao concurso concorreram oito candidatos, mas nenhum reunia todos os critérios exigidos, tendo João Garcia Miguel sido o melhor classificado ao demonstrar melhor capacidade técnica.
Ao assumir funções no CAC, João Garcia Miguel deixa de ser diretor artístico do teatro-cine, cargo que mantinha desde 2009 e para o qual vai ser lançado outro concurso público.
“É a metodologia mais democrática porque permite conhecer pessoas que, de outra forma, não vinham até nós, assim como a escolha é mais legitimada”, disse Ana Umbelino.
Inaugurado em 25 de abril de 2021, no primeiro ano o CAC teve 7.252 visitantes e 4.296 participantes nas atividades do serviço educativo, adiantou a autarca.
Para o segundo ano, as prioridades passam por renovar as exposições temporárias, recebendo entre julho deste ano e fevereiro de 2023 uma exposição alusiva a Bordalo Pinheiro, estimular projetos artísticos através das residências artísticas localizadas nas suas imediações, reforçar as propostas pedagógicas, disponibilizar o seu espólio através de plataformas digitais e diversificar públicos.
O CAC vai comemorar o seu primeiro aniversário com espetáculos de dança e poesia, na sexta, um ‘workshop’ de marionetas, um espetáculo de teatro e um jantar, no sábado, e outras atividades previstas para 7 de maio.
O centro tem entrada gratuita até 8 de maio.
O CAC representou um investimento total de 3,8 milhões de euros, financiado em 2,6 milhões por fundos comunitários e em 1,2 milhões de euros pelo município.