O município de Arruda dos Vinhos, o primeiro a ter a Estratégia Local de Habitação aprovada pelo Governo, vai reforçar em 4,7 milhões de euros o investimento em medidas habitacionais, segundo a versão revista do documento.
Na última sessão da assembleia municipal, em que a Estratégia Local de Habitação revista foi aprovada por maioria, o presidente da câmara, André Rijo (PS), reconheceu que as condições para acesso à habitação para a maioria da população agravaram-se e defendeu que é preciso “fazer muito mais”.
Para o horizonte 2023- 2030, a intenção da autarquia, explicou, é “utilizar património existente” espalhado pelo concelho, ficar na posse de imóveis privados devolutos e adquirir outros envolvidos em processos judiciais a baixo valor de mercado, sem descurar a construção de novos fogos para habitação acessível.
De acordo com a versão revista da Estratégia Local de Habitação, a que a agência Lusa teve esta terça-feira acesso, este município pretende investir 1,6 milhões de euros na construção de dois prédios, cada um com seis fogos, em dois terrenos municipais, um em Arruda dos Vinhos e outro na freguesia de Arranhó.
A autarquia prevê ainda efetuar acordos com a empresa Infraestruturas de Portugal e com a Junta de Freguesia de Cardosas e investir mais de 200 mil euros na requalificação de dois imóveis degradados da sua propriedade, transformando-os em quatro novos fogos de habitação.
Em vista está também o alargamento dos acordos a instituições sociais, nomeadamente a Misericórdia local, estimando-se um investimento de um milhão de euros na criação de novas habitações.
A câmara municipal pretende igualmente gastar 850 mil euros na conclusão de obras em imóveis inseridos em área de reabilitação urbana aptos a receber 11 frações habitacionais.
Com estas soluções, deverá triplicar o número de fogos para habitação acessível no concelho até 2030.
No âmbito da Estratégia Local de Habitação aprovada em 2018, o município investiu 1,8 milhões de euros em obras de requalificação de 16 fogos e de construção de outros 15 no Bairro João de Deus, inauguradas em setembro.
A revisão da estratégia tem em conta os 4,5% de crescimento populacional do concelho, entre 2011 e 2023, bem como o aumento das rendas devido à escassez da oferta habitacional e à elevada procura.