Os peticionários pela construção do novo hospital do Oeste nas Caldas da Rainha, hoje ouvidos na comissão parlamentar da Saúde, querem discutir a localização da unidade sem adiar as decisões do Ministério da Saúde.
“Não queremos adiar nada com esta discussão porque é unânime que é necessário a construção do novo hospital, embora possam existir divergências quanto à sua localização”, afirmou o primeiro subscritor da petição, Paulo Espírito Santo.
Para o peticionário, há critérios excluídos do estudo técnico encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste para ajudar à decisão do Ministério da Saúde que “têm de ser tidos em conta”.
“É uma decisão do Governo, mas deve ser discutida pelos autarcas”, corroborou o presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Vítor Marques (independente), entre os peticionários, lembrando que outros municípios servidos pelo atual Centro Hospitalar do Oeste também já alertaram para “critérios que não foram contemplados no estudo”.
“Depois de vistos os critérios, nós, que não fizemos parte do mandato 2017-2021, desconhecendo os critérios e o caderno de encargos do estudo preliminar, ficámos estupefactos, porque é curto e redutor”, sublinhou o presidente da Câmara de Óbidos, Filipe Daniel (PSD).
Para a escolha da localização entre Caldas da Rainha e Óbidos, os peticionários invocaram a existência de um terreno de 60 hectares próximo da A8, A15 e IP6 e da Linha ferroviária do Oeste e o fluxo turístico maior a norte do que a sul da região.
Além disso, defenderam que deve existir “igualdade no acesso aos cuidados de saúde”, sustentando que a proximidade aos hospitais é maior a sul, com Loures, Vila Franca de Xira e o futuro hospital de Lisboa, enquanto o norte da região está próximo dos hospitais de Leiria e Santarém, “muito sobrelotados”.
Pelo PS, a deputada Sara Velez disse que as decisões sobre a localização e perfil funcional do hospital “são competência do Ministério da Saúde”, mas que “todas as visões devem ser colocadas em cima da mesa para enriquecer a decisão que vier a ser tomada”.
Pelo Chega, Gabriel Mithá Ribeiro também concordou com a localização defendida pelos peticionários, por o estudo da OesteCIM adotar “fatores que enviesam a escolha”, ao englobar os concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e nove freguesias de Mafra, que são hoje servidos pelos hospitais de Loures ou Vila Franca de Xira.
Pelo PCP, Duarte Alves defendeu que as divergências entre municípios “não devem servir de pretexto para o Governo adiar as decisões” e que devem ser efetuados investimentos nos atuais hospitais até à construção de um novo.
O social-democrata Hugo Oliveira considerou que, para as decisões, se deve “deixar de olhar para o estudo [da OesteCIM] quando deixou de fora premissas”.
A petição pelo novo hospital do Oeste nas Caldas da Rainha, entregue em fevereiro, reuniu 11.920 assinaturas e vai ser discutida em plenário da Assembleia da República.