A Ordem dos Contabilistas Certificados, acusou hoje o Governo de querer acabar com a profissão “através da eliminação das duas competências exclusivas”.
Segundo a bastonária Paula Franco num comunicado enviado aos membros da ordem, a proposta que o Governo pretende aprovar em Conselho de Ministros “visa permitir que não seja necessária a assinatura do contabilista certificado nas demonstrações financeiras e declarações fiscais das entidades, públicas ou privadas, que possuam ou que devam possuir contabilidade organizada”.
Paula Franco apela à união entre os profissionais para que o Governo não chegue a avançar com a proposta, a responsável menciona um estudo da International Federation of Accountants – Accountants Role in Economic Development -, que descreve que “500 contabilistas certificados por cada milhão de habitantes, correspondem a um aumento de 10 euros no PIB [Produto Interno Bruto] per capita, a mais 9,8% de exportações; mais 34,3% de investimento estrangeiro; mais 0,4% na qualidade da educação; mais 1,3% na qualidade da saúde e, finalmente, mais 27,9% na arrecadação fiscal”.
“São estes, entre outros, os diretos efeitos de uma desenfreada, imponderada e irresponsável desregulação profissional que o atual Governo está a tentar adotar, colocando em causa, irreversivelmente, todo o modelo económico e social do nosso país. Sem contabilistas certificados, teremos mais fraude e evasão fiscal, menos justiça social e mais incumprimento fiscal”, alerta Paula Franco.
“Caso, na próxima semana, o Governo aprove, em Conselho de Ministros, esta proposta de extinção da profissão, convocarei todos os contabilistas certificados para as iniciativas e formas de luta necessárias à defesa da profissão e do interesse público, de modo que a proposta não seja, em qualquer circunstância, aprovada pela Assembleia da República, a quem cabe a decisão final”, refere.