Uma exposição que percorre 50 anos da carreira do cartoonista António Antunes, prestando homenagem ao caricaturista nascido em Vila Franca de Xira, vai ser inaugurada no domingo, no Museu do Neo-Realismo, anunciou a instituição.
A mostra, intitulada “António: 50 Anos de Humores”, fica patente até 20 de outubro também na galeria “Sem Palavras” (Fábrica das Palavras) e no Celeiro da Patriarcal, em Vila Franca de Xira, e está integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
A exposição, de entrada livre, “é uma celebração do notável percurso, trabalho e dedicação de António Antunes, uma figura icónica no mundo do cartoonismo” e “presta homenagem ao seu talento excecional”, com meio século de contributo para a arte do cartoon, salientou o museu, em comunicado.
Ao longo da carreira, António tem capturado momentos marcantes da sociedade nacional e internacional através de sátiras humorísticas, transmitindo nos cartoons críticas sociais, políticas e culturais.
Nascido em 1953, em Vila Franca de Xira, António Moreira Antunes formou-se em pintura na Escola Artística António Arroio, em Lisboa, iniciou-se no cartoonismo em 1974 no jornal República, e colaborou com jornais e revistas como o Diário de Notícias, A Capital, A Vida Mundial, O Jornal e o Expresso.
Em 1993, publicou um cartoon que correu mundo pela polémica – o “Preservativo Papal” -, no qual o Papa João Paulo II é representado com um preservativo no nariz.
Publicou os livros sobre a sua obra “Kafarnaum” e “Suspensórios”, e foi galardoado, entre outros, com o Grande Prémio no XX Salão Internacional de Cartoon em Montreal com uma imagem sobre a invasão israelita do Líbano, o Prémio Gazeta de Cartoon (Lisboa, 1992), e o Grande Prémio de Honra do XV Festival du Dessin Humoristique (Anglet, França, 1993).
António Antunes foi convidado em 2012 a desenhar vários cartoons de personalidades portuguesas, para a Estação Aeroporto do Metropolitano de Lisboa, num total de 53 figuras da política e da cultura.
Entre essas personalidades estão Fernando Pessoa, Amália Rodrigues, Eusébio, Carlos Lopes, Amadeo de Souza-Cardoso, Sá Carneiro, Paula Rego, Mário Cesariny, Duarte Pacheco, Carlos Paredes, Raul Solnado, David Mourão-Ferreira, Sophia de Mello Breyner e Maria João Pires.
Em 2005 foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, e em 2023 com o grau de comendador da Ordem da Liberdade.