O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR 2024) para o concelho de Torres Vedras foi apresentado esta sexta-feira, no Parque Regional de Exposições em Torres Vedras.
Nesta missão, estarão envolvidos meios dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras (duas Equipa de Combate aos Incêndios Rurais (ECIR) com 10 efetivos, uma Equipa de Logística de Apoio ao Combate (ELAC) com 2 efetivos, uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP) com 5 efetivos, totalizando 17 elementos, além do corpo ativo voluntário com 120 elementos), mas também da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), através do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste.
O dispositivo conta também com o apoio da Guarda Nacional Republicana (GNR) com EP no Núcleo de Proteção Ambiental composto por 6 elementos, os postos de Torres Vedras e Santa Cruz com dois elementos cada e o UNIC com 2 elementos, podendo ser acionados reforços. Além destes, a Polícia de Segurança Pública (PSP) participará com um efetivo total de 56 elementos, dos quais 23 efetivos diário. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) poderá acionar o Comando Nacional da Força de Sapadores Bombeiros Florestais e a Unidade Nacional de Máquinas em caso de necessidade. A Afocelca contribuirá com uma equipa de combate a incêndios florestais de 5 elementos, podendo acionar mais equipas e meios aéreos. A Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) atuará com a Brigada de Sapadores Florestais composta por 5 elementos, enquanto os Sapadores Florestais municipais atuarão com 2 equipas ligeiras e dois tratores, totalizando 14 elementos. O Serviço Municipal de Proteção Civil e o Gabinete Técnico Florestal do município também participarão, com 8 e 6 elementos, respetivamente. As Juntas de Freguesia fornecerão apoio logístico.
Os meios estarão mobilizados entre 1 de julho e 30 de setembro, na denominada fase Charlie, aquela que exige maior empenho operacional.
Durante a apresentação, a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, salientou que o concelho possui “um território predominantemente rural, com utilização agrícola e com espaços florestais, que representam no total 87,6% da área do concelho”.
Segundo a autarca, a floresta “domina” o quadrante nordeste do concelho enquanto no quadrante sudoeste “existem grandes manchas continuas e áreas agrícolas”.
A edil referiu que foi verificado “uma tendência para redução de áreas de incultos, que existiam em maior quantidade em décadas anteriores, mas que estão a ser substituídas por agricultura, particularmente vinha e horticultura protegida, e povoamentos florestais resultantes de arborização e também de regeneração natural”.
Laura Rodrigues afirmou que o eucalipto é “a espécie florestal mais representativa no concelho”, ocupando 79% da área florestal, e que este tipo de floresta é altamente inflamável. A autarca torriense ressaltou o trabalho de prevenção realizado, incluindo a execução de faixas de gestão de combustível e ações de fogo controlado.
Além disso, a edil destacou o trabalho desenvolvido pelo município e pelas juntas de freguesia na melhoria dos caminhos rurais, a vigilância e intervenção das equipas de sapadores florestais, e o apoio municipal aos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras.
A constituição de uma nova equipa da Afocelca, que opera a partir da antiga escola do Ameal, foi também mencionada, assim como a realização de fiscalizações conjuntas entre o Gabinete Técnico Florestal e a GNR às faixas de gestão de combustível, no âmbito da “Operação Floresta Segura”, bem como campanhas de sensibilização.
Por sua vez, o Comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste, Carlos Silva, informou que, até ao momento, Torres Vedras é o município com o maior número de ocorrências de incêndios rurais este ano, totalizando cerca de 20 ocorrências.
O DECIR é um programa estratégico com um papel crucial na proteção das áreas rurais contra incêndios, através da implementação de medidas de prevenção, vigilância e combate.