A falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em especial para as urgências, levou a que, nos primeiros meses do ano, os hospitais tenham gasto mais de 174 milhões de euros na contratação de médicos tarefeiros, o equivalente a 727 mil euros por dia, avançou hoje a CNN Portugal.
De acordo com a mesma fonte, as unidades locais de saúde (ULS) do Algarve, do Médio Tejo e do Oeste foram as que registaram as maiores faturas para pagar a estes profissionais, revelando serem dos que mais necessitam deste tipo de clínicos para manter as urgências a funcionar.
Estas unidades são também as que correm maior risco perante a ameaça de paralisação de três dias anunciada pelos médicos tarefeiros. Esta ameaça surge depois de o Governo ter aprovado dia 22 de outubro um diploma que promete regularizar o setor e impor regras.
Segundo dados pedidos pela CNN Portugal à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), entre as unidades que mais recorrem a estes profissionais e que, por isso, ficam mais em risco de rutura com a possível paralisação dos tarefeiros, encontra-se a Unidade Local de Saúde do Oeste — que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, além de várias unidades de cuidados primários. Esta ULS fez um pagamento aos tarefeiros que até agosto chegou aos oito milhões de euros (mais concretamente 8.082.797 euros).
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou que mais de 40% das escalas das urgências do país são preenchidas por médicos tarefeiros, que recebem valores superiores aos pagos aos clínicos que estão nos quadros. As novas regras que o Governo aprovou fixam limites de pagamento, mas também definem várias incompatibilidades para os médicos que querem receber à tarefa












