Cerca de uma centena de professores do concelho de Torres Vedras, estiveram hoje de manhã em vigília frente à Câmara Municipal, cuja presidente se juntou ao protesto em solidariedade.
Os professores mostravam cartazes os quais se lia “professor a lutar também está a ensinar”, “ser professor é para os fortes” ou “quem ensina a voar não pode rastejar”.
Noutros cartazes, lia-se “quem desrespeita a escola pública, não garante o futuro de um país” ou “por um pacto nacional, suprapartidário, para a educação”.
Mónica Nunes, professora de Matemática e Ciências na Escola EB 2,3 Padre Francisco Soares, com 20 anos de serviço, queixou-se à agência Lusa de “estar presa no mesmo escalão há vários anos”, pedindo a melhoria das condições de trabalho, nomeadamente a devolução do tempo de serviço congelado e um sistema de avaliação mais justo.
Da mesma escola, juntou-se João Bento, docente de Educação Especial e com 20 anos de serviço, que está contra as “sucessivas promessas não concretizadas” para reivindicações com 20 anos e as estratégias do Governo de “ludibriar as reivindicações”.
O docente está contra a falta de aumentos salariais, o congelamento de anos de serviço, o sistema de avaliação, a precarização da classe, a sobrelotação de turmas e a municipalização dos concursos de colocação.
Elisabete Sobral, Educadora de Infância há 33 anos, partilha das mesmas preocupações e está a lutar pela reposição do tempo de serviço congelado e por maior justiça no sistema de avaliação, os mesmos motivos de Maria João Gonçalves, professora do primeiro ciclo há 23 anos, ambas colocadas em São Mamede da Ventosa.
Ana Rodeia, professora de Educação Física há 40 anos, a lecionar na Escola EB 2,3 Padre Vítor Melícias, também foi à vigília por considerar que “os professores estão cansados” e a “educação tem de estar acima das políticas partidárias e gerar consenso”.
À beira da reforma, solidarizou-se com os colegas mais novos uma vez que “professores e alunos estão em sofrimento porque estão em sobrevivência” devido a “problemas estruturais de há anos”, que necessitam de “respostas de fundo” e suprapartidárias.
A presidente da câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues (PS), juntou-se aos manifestantes para “chamar a atenção para a importância que a educação tem para a sociedade”, defendendo que “devia estar no centro das políticas públicas”, disse à agência Lusa.
“Os professores são agentes educativos extraordinariamente importantes e a sociedade tem de investir nos seus professores para que se sintam respeitados”, acrescentou.
Várias organizações sindicais começam hoje uma greve de 18 dias por distritos, até 8 de fevereiro.
A greve começou hoje em Lisboa, com uma concentração marcada na Praça do Rossio, em Lisboa, e uma manifestação nacional agendada para 11 de fevereiro.
A ação de protesto junta-se a outras que estão a decorrer, uma organizada pelo do Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE), em que decorrem paralisações parciais, e outra pelo Sindicato de Todos os Profissionais na Educação (STOP), que agendou greves por tempo indeterminado desde 9 de dezembro.
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