O Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) do Politécnico de Leiria lançou, no Folio, um livro infantil multiformatos acessível a crianças cegas ou com baixa visão, disponível também em áudio e vídeolivro, em língua gestual.
Intitulado “O palhaço Francisco”, o livro, da autoria de Matilde Marques, uma jovem que frequenta o CRID desde os quatro anos, foi lançado no Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos, no âmbito do seminário “A inquietação da leitura para Tod@s”.
A obra conta ainda com a coautoria de Cláudia Cardoso e Célia Sousa, ilustrações de Tânia Bailão Lopes e prefácio de Manuel Luís Goucha.
“O palhaço Francisco”, que tem na sua génese o conceito de ‘livro para todos’, reúne, numa mesma edição, texto aumentado, braille e audiodescrição das ilustrações para crianças cegas ou com baixa visão, e pictogramas para crianças com dificuldades intelectuais ou diversidade funcional.
Inclui ainda um código ‘Quick Response’ (QR) que remete para o ‘site’ do CRID, onde a obra está disponível nas versões audiolivro e videolivro, em Língua Gestual Portuguesa, para crianças surdas.
Este é o 14.º livro multiformato lançado pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), do Politécnico de Leiria (IPL), que desde 2010 tem estudado e dinamizado diferentes técnicas de desenvolvimento de livros acessíveis a todos.
A obra foi lançada no seminário “A inquietação da leitura para Tod@s”, uma iniciativa do IPL integrada na programação do Folio Educa (um dos capítulos do festival), em cuja sessão de abertura a secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, admitiu a necessidade criar “respostas integradas” na área da inclusão.
A governante anunciou em Óbidos que pretende reunir com diversas organizações “que, no dia-a-dia, trabalham com estas áreas e temáticas” para ajudarem a perceber como “fazer mais e melhor”.
Entre as medidas a adotar, estarão a intervenção em edifícios públicos “para qualquer pessoa tenha o direito de assistir a espetáculos, sem dias especiais para o efeito”, exemplificou a secretária de Estado, aludindo ainda a medidas viradas para empregabilidade e o acesso a curso superiores, por parte das pessoas com necessidades especiais.
O Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos abriu portas na quinta-feira e decorre na vila até ao próximo dia 20 com mais de 600 iniciativas, distribuídas por várias curadorias, e com a presença de vários escritores e ilustradores internacionais premiados.
O festival é uma organização da Câmara Municipal de Óbidos, da Empresa Municipal Óbidos Criativa, da Fundação Inatel e da Ler Devagar.