A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) escolheu a consultora PricewaterhouseCoopers (PWC) para elaborar o estudo do modelo de financiamento do novo hospital para a região Oeste, informou hoje aquela entidade à agência Lusa.
“A elaboração do estudo sobre o modelo de financiamento do novo hospital do Oeste foi adjudicada à PricewaterhouseCoopers – Assessoria de Gestão, Lda., pelo valor de 85 mil euros”, esclareceu a ACSS ao ser questionada pela agência Lusa.
A mesma entidade adiantou que a entrega do estudo deverá acontecer até ao final de março.
Em 20 de outubro, a ACSS lançou concurso público destinado à aquisição de serviços para a realização do estudo pelo valor de 110 mil euros e com um prazo de execução de 42 dias desde a sua adjudicação.
O estudo deverá efetuar uma “avaliação económica e de exequibilidade das diferentes alternativas” para a execução da empreitada.
O novo hospital deverá ter 467 camas, das quais 381 são para internamento geral, divididas por unidades que terão entre 28 e 32 camas, em quartos duplos e individuais, de acordo com o relatório divulgado em junho pelo Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Saúde, que traçou o perfil assistencial da unidade hospitalar.
O Grupo de Trabalho, liderado pela antiga ministra da Saúde Ana Jorge (PS), sugeriu que na área da saúde mental sejam previstas 31 camas para internamento e que sejam afetadas 57 camas a cuidados especiais, divididas pelas especialidades de Pediatria, Cuidados Intensivos Polivalentes e pelas unidades de Coronários e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
A nova unidade deverá ainda ser dotada de 74 gabinetes de consulta externa, 17 postos de diálise crónica e de hospital de dia polivalente e nas especialidades de pediatria, oncologia e saúde mental.
O relatório sugeriu também a criação de um bloco operatório com 10 salas, das quais quatro vocacionadas para ambulatório e três para urgências. Na maternidade estão previstos nove quartos de partos e na neonatologia nove berços e seis incubadoras.
O Grupo de Trabalho defendeu igualmente que o novo hospital integre 16 especialidades médicas, das quais três não existem nos atuais hospitais da Unidade Local de Saúde (ULS) do Oeste: endocrinologia, nefrologia e reumatologia.
No que respeita a especialidades cirúrgicas mantém as seis já existentes.
As quatro especialidades de Diagnóstico e Terapêutica já existentes deverão aumentar para cinco, com a inclusão de Anatomia Patológica.
O relatório sugere ainda a criação de um centro tecnológico e biomédico de apoio ao ambulatório e ao internamento, com laboratórios de Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Imunohemoterapia e Imagiologia.
O novo hospital deverá substituir as atuais unidades de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche da ULS Oeste, que servem 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
Segundo o relatório, o novo hospital deverá cingir a área de influência a Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã e parte de Mafra, excluindo as freguesias dos concelhos de Alcobaça e Mafra, atualmente servidas, e o concelho da Nazaré.
O documento serviu de base à decisão de construir o futuro hospital no Bombarral, num terreno de 54 hectares, considerando a sua centralidade em relação aos concelhos que irá servir e a dimensão do terreno que permite a expansão da nova unidade, se tal vier a ser necessário no futuro.
A escolha do Bombarral foi sustentada em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída 11 da Autoestrada 8 (que atravessa todo o Oeste) e à estação do caminho-de-ferro.