O curador Nuno Faria foi nomeado diretor do Museu da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva (FASVS) a partir de março, em resultado de um concurso internacional, revelou à agência Lusa fonte da entidade.
O nome do curador, que foi diretor artístico do Museu da Cidade do Porto entre 2019 e 2022, foi escolhido por unanimidade num concurso público internacional aberto em outubro do ano passado, segundo um comunicado da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.
Nuno Faria, que também foi diretor artístico do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães, entre 2013 e 2019, foi escolhido para o cargo por um júri independente, composto pela historiadora Raquel Henriques da Silva, pela gestora cultural Teresa Patrício Gouveia e pelo curador Vicente Todolí.
Na sequência da decisão do júri, o conselho de administração da entidade, presidido por António Gomes de Pinho, decidiu nomear Nuno Faria para um mandato de três anos a iniciar em março.
Nascido em Lisboa, em 1971, Nuno Faria, curador independente e professor adjunto na Escola Superior de Design das Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria, vai suceder à historiadora de arte e curadora Marina Bairrão Ruivo, que deixou a FASVS em outubro do ano passado, onde esteve durante 30 anos, 17 como diretora.
Marina Bairrão Ruivo – que acompanhou o nascimento da FASVS e do respetivo museu, inaugurado em 1994 para estudar e divulgar a obra do casal de artistas – cessou funções como diretora do museu “por acordo mútuo” em junho de 2023, segundo a administração, e na altura não quis comentar a saída.
Por seu turno, António Gomes de Pinho disse ser a vontade da administração continuar a contar com a colaboração da curadora em futuras iniciativas, nomeadamente, este ano, para as celebrações dos 30 anos da FASVS, com a realização de uma grande exposição, e outra, em colaboração com a Assembleia da República, sobre Vieira da Silva e a Liberdade, no quadro das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
“A nossa intenção é selecionar alguém que apresente uma visão e um projeto para a fundação e em particular para o museu, com capacidade de gestão e relação próxima com o mundo da cultura”, indicou Gomes de Pinho à Lusa, quando foi lançado o concurso para a escolha da nova direção.
Nuno Faria foi ainda subdiretor do Instituto de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura (2001-2003), e trabalhou na Fundação Calouste Gulbenkian (2003-2009), onde foi Consultor do Serviço de Belas-Artes e curador residente.
Em outubro de 2022, Nuno Faria deixou o cargo de diretor artístico do Museu da Cidade do Porto e a empresa municipal Ágora, na qual era responsável pela divisão de museus e coleções, por “visões não convergentes para o futuro”, indicou, na altura, a Câmara Municipal do Porto.
O Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva, gerido pela fundação, foi inaugurado a 03 de novembro de 1994, e o seu acervo cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes, e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva, uma das mais conceituadas artistas portuguesas.