No âmbito das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o Município de Sobral de Monte Agraço, em parceria com a Memória Imaterial CRL, desenvolveu um projeto para a produção do documentário “Conversar Abril… na Primeira Pessoa”.
O projeto recolheu testemunhos de residentes locais sobre o antes do 25 de Abril de 1974 e as transformações políticas e sociais que se seguiram no período pós-revolução.
Segundo a autarquia, o documentário visa “preservar a memória oral de um dos períodos mais marcantes da História portuguesa, evidenciando a participação e o impacto de Sobral de Monte Agraço.
A primeira exibição do documentário decorreu na passada sexta-feira, dia 8 de novembro, na Associação de Cultura e Recreio dos Moradores de Chã, coincidindo com a inauguração da exposição “Os Novos Horizontes de Abril”, que retrata momentos marcantes dos 50 anos de Poder Local em Sobral de Monte Agraço.
A abertura da sessão foi feita pelo presidente da Assembleia Municipal de Sobral de Monte Agraço, Júlio Lourenço Rodrigues, que agradeceu a todos os que participaram neste projeto, sublinhado a importância deste documento para a salvaguarda das memórias sobre as dificuldades sentidas sob o regime do Estado Novo, a pobreza, a repressão política, a guerra colonial, mas, também, a luta pela liberdade, focando a contribuição de muitos sobralenses para o movimento de resistência. O Presidente da Assembleia Municipal quis, ainda, destacar o espírito de solidariedade manifestado entre as gentes de Sobral, que apoiaram os opositores do regime e celebraram entusiasticamente o 25 de Abril, bem como o seu envolvimento nas transformações sociais e políticas após a Revolução dos Cravos, com a criação das Comissões Administrativas, das Comissões de Moradores e das Comissões de Trabalhadores.
Filomena Sousa, responsável pela produção do documentário, explicou a metodologia e o processo de seleção dos relatos recolhidos, reforçando a importância de tornar estas memórias acessíveis para as futuras gerações. Informou ainda que, a partir de 4 de abril de 2025, o documentário estará disponível para consulta pública.
A vereadora, Carla Alves, encerrou a sessão agradecendo aos entrevistados que aceitaram gravar as suas vivências, nomeadamente António Henrique, António Lopes Bogalho, Célia Granja, Isidoro Trogeira, João Coelho, Joaquim Biancard Cruz, José Lourenço, Lucinda da Piedade, Maria Alexandrina Reto, Maria Isabel Sabino, Olívia Dinis e Valentim Lourenço.
As próximas exibições do documentário estão previstas para 21 de fevereiro de 2025, na Associação Recreativa e Cultural Barqueirense, e 4 de abril de 2025, no Clube Recreativo de Sapataria.