A deputada independente Fernanda Marques Lopes reagiu este sábado ao comunicado do Partido Socialista (PS) da Lourinhã, na sequência da destituição mesa da Assembleia Municipal.
Num comunicado enviado à RTVON, a deputada afirma que “quando o Partido Socialista apelida de “golpe político” uma eleição estamos conversados e entendidos sobre o que são as eleições livres e democráticas para esses Abrileiros”, acrescentando que “para os Socialistas lourinhanenses quando perdem uma eleição trata-se de um golpe, quando a ganham trata-se de uma vitória”.
“Repudia o Partido Socialista os “acontecimentos lamentáveis” sucedidos nas sessões da Assembleia Municipal de Abril. Acontecimentos lamentáveis são o Presidente dessa mesma Assembleia não conhecer a Lei e o Regimento da casa a que preside há quase quatro anos”, refere a deputada.
No mesmo comunicado, afirma que “acontecimentos lamentáveis são o Presidente dessa mesma Assembleia permitir que membros da Assembleia sejam fisicamente coagidos enquanto intervêm e não ter tomado posição firme sobre esse desrespeito”, acrescenta.
Segundo Fernanda Marques Lopes “acontecimentos lamentáveis” são também ” Presidente dessa mesma Assembleia permitir que o Executivo achincalhe os Presidentes de Junta e retirar-lhes a palavra quando usam da mesma no interesse dos seus Fregueses e não para chicana política como tantos outros”. A deputada independente acrescenta ainda que “acontecimentos lamentáveis são o Presidente dessa mesma Assembleia usar de procedimentos administrativos dúbios e irregulares no uso das suas funções. Acontecimentos lamentáveis são o Presidente dessa mesma Assembleia andar a reboque do Executivo, demitindo-se do seu papel fiscalizador”.
A deputada refere também o fato de o Partido Socialista “focar-se unicamente na análise de suspeição do Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, escondendo na gaveta, porque lhe convém, violações do Regimento e da Lei, condescendência com a coacção e o desrespeito por membros da Assembleia, total demissão do papel fiscalizador da Assembleia Municipal, quando o Executivo reconhece em plena sessão, em directo, ao vivo e a cores, a existência de ilegalidades na gestão do Município”.
Na nota, Fernanda Marques Lopes afirma que “o Partido Socialista da Lourinhã partiu a bússola e perdeu o Norte. Quem não sabe para onde vai, qualquer caminho lhe serve. Talvez por isso alguns tenham optado por seguir outro rumo” e questiona se “têm essa liberdade, ou a mesma só existe quando autarcas de outras forças partidárias mudaram para o Partido Socialista?”. “É via de sentido único? Acaso acham-se donos da verdade? Como se acha a esquerda dona de Abril. A Lourinhã é de si própria e não do Partido Socialista!”, acrescenta.
A deputada sublinha que “isso sim, envergonha qualquer cidadão democrata considerar que os eleitos são reféns dos partidos ou máquinas acéfalas”.
“Também envergonha qualquer cidadão democrata embandeirar em arco os Presidentes de Junta quando lhes convém, para depois serem eles os bodes expiatórios do resultado de um escrutínio secreto”, acrescentando que “também envergonha qualquer cidadão democrata fazer tiro ao alvo aleatório a ver em quem acerta a bala, tentando adivinhar o sentido de voto de vinte e nove pessoas”. A deputada refere que “começou a caça às bruxas e alguns bruxos até já mudaram o seu sentido de voto desde Outubro de 2021, desde a eleição da Mesa destituída”.
“Quem não exerce o poder, perde-o. E quem não tem unhas não toca viola. A liderança não é por decreto. O Concelho não precisa de almas negras, nem de velhos do Restelo, precisa de gente livre, empreendedora e dinâmica, comprometida com uma Lourinhã melhor, com a Lourinhã que merecemos”, concluiu a deputada.