A CDU de Alenquer acusou hoje os socialistas locais de enganarem a população do concelho prometendo que a fatura da água não iria aumentar quando aprovaram aumentos a meio deste ano e para 2025.
“O memorando [apresentado pela maioria socialista e aprovado em junho] não enganou a CDU, mas serviu para enganar os munícipes, criando esperanças infundadas de que as tarifas não iriam aumentar”, referiu a coligação PCP/PEV em nota de imprensa.
“Uma vez mais, os interesses de Alenquer e dos alenquerenses foram postos de lado pela maioria PS, que continua a governar a câmara apenas com a intenção de perpetuar a sua subsistência no poder”, criticou.
Questionado pela Lusa, o PS contrapôs através do presidente da concelhia e líder da bancada na assembleia municipal, João Nicolau, segundo o qual a “câmara tem estado a trabalhar de acordo com o que foi combinado com a assembleia municipal para tomar medidas e minimizar o valor das tarifas no futuro”.
O também proponente do memorando municipal sobre o tema aprovado este ano e candidato à câmara nas eleições autárquicas de 2025 pelo PS recordou que o município, no distrito de Lisboa, encomendou um estudo sobre tarifas a consultores externos, dando-lhes o prazo até ao final deste ano, pelo que considerou “extemporânea” a declaração da CDU.
Numa reunião pública do executivo na segunda-feira, o presidente da câmara, Pedro Folgado (PS), explicou que os “tarifários terão de ir anualmente à câmara” por imposição da Entidade Reguladora de Água e Saneamento (ERSAR).
Segundo o autarca, a redução das tarifas terá de acontecer no âmbito da renegociação do contrato de concessão, estando-se a aguardar pelo estudo.
Em abril, a câmara municipal aprovou um acordo para o reequilíbrio financeiro da concessão privada de água e saneamento que previa aumentos de 6% ou entre 1,52 euros e 2,37 euros na fatura da água para a maioria dos consumidores.
Por proposta da maioria socialista, a assembleia municipal rejeitou depois votá-lo e requereu à câmara que mantivesse negociações com a Águas de Alenquer.
Município e concessionária ficaram de apresentar, “até 31 de dezembro de 2024, um estudo aprofundado sobre as medidas necessárias para alcançar a redução tarifária nos anos seguintes e até ao término do contrato de concessão”, segundo um memorando de entendimento aprovado em junho nos dois órgãos autárquico.
No estudo, ambas deverão também avaliar os ganhos efetivos estimados e estabelecer um plano de investimentos nas redes de água e saneamento e o respetivo calendário.
Em junho, a assembleia municipal acabou por aprovar o acordo de reequilíbrio financeiro da concessionária Águas de Alenquer, a prever aumentos de 6% nas tarifas de água e saneamento, que entraram em vigor em agosto.
Passados seis meses, na segunda-feira, o executivo municipal aprovou aumentos de 4,66% nas tarifas da água e saneamento para 2025, com os votos a favor da maioria PS e os contra do PSD e da CDU.
A fatura sobe de 18,61 euros para 19,48 para uma família a consumir cinco metros cúbicos e de 37,23 euros para 38,96 euros para outra que consuma 10 metros cúbicos, comparando os tarifários que entraram em vigor em agosto deste ano e para 2025.
Na ocasião, Pedro Folgado justificou que os aumentos para 2025 decorrem “da inflação e do aumento do custo da água em alta e do tratamento de efluentes”, tendo tido favorável da ERSAR.